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Imagem: Freepik.com |
Fiquei na dúvida se postava esste texto aqui ou no meu blog de estilo de vida e saúde, o Vida BBB.
Se este post virar uma série provavelmente será no VidaBBB, no blog ou página do Vida BBB na rede social Facebook. No momento segue por aqui.
Nos últimos anos vivi - e estou vivendo - a experiência de cuidar de idosos, no caso, meus pais.
Acho até que esse assunto deveria ser matéria de currículo escolar, dentro do assunto HUMANIDADES: relações interpessoais no trabalho, escola, família e vizinhos/comunidade; cuidado com idosos e crianças; etc pois envolve assuntos que todos nós passaremos um dia.
Mas quero deixar aqui meu registro, através de um texto que achei na internet:
A TIJELA DE MADEIRA
“ Um senhor de idade foi morar com seu filho, sua nora e o netinho de quatro anos de idade.
As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
“Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai”, disse o filho.
“Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão”.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.
Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de quatro anos de idade assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança:
"O que você está fazendo?”
O menino respondeu docemente:
"Ah, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer”.
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite opai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.
De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e o amanhã será melhor.
Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.
Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance.
Aprendi que viver não é só receber, é também dar.
Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto.
Aprendi que quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros.
Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém. As pessoas gostam de um toque humano – segurar na mão, receber um abraço afetuoso, ou simplesmente um tapinha amigável nas costas.
Aprendi que ainda tenho muito que aprender... ”
(Autor Desconhecido)
Esse texto, que é uma variação de vários textos ou parábolas sobre cuidado com idosos, resume bem minha experiência e atual visão de cuidar de idosos.
Um livro sobre esse assunto, Cuidador de idosos, de Elvira Elvira Pierre Lima, da Editora Senac, tem um trecho interessante de sua resenha, que publico aqui:
"O número de pessoas que ultrapassa os 70, 80 e 90 anos só tende a crescer. Muitos bastante saudáveis e outros mais fragilizados, alguns inclusive acamados. Como, nesse processo da vida, compreender o universo da pessoa idosa e prestar assistência adequada?"
"O livro estimula o leitor a pensar no seu próprio envelhecimento, desconstruindo preconceitos em relação à velhice, discussão pertinente devido ao envelhecimento populacional crescente. de acordo com a autora, “O ser humano ainda é despreparado para reconhecer e lidar com o envelhecimento planejado. Somos formados e moldados a padrões e pela manutenção do jovem”.
Enfim, indo além da máxima "ficar velho é voltar a ser criança", entender que o idoso é um ser frágil ou fragilizado como uma criança, com birras e teimosias de um infante é fundamental para se ter, mais do que paciência, compreensão com o idoso.
E conviver com idoso é se preparar para a vehice também, pois até o cuidador tem de se cuidar, pois ele também fica cansado e doente, requerendo cuidados.
#FicaAdica