segunda-feira, novembro 05, 2007

Lendo a obra

Outra apresentação do projeto Lendo a Obra na Livraria Prefácio, em Botafogo.
O texto desta semana que passou foi "O conto da ilha perdida" de José Saramago, prêmio Nobel na língua portuguesa.
Desta vez o texto - um conto - foi literalmente lido, mais que interpretado como no caso de um texto anterior, "A serpente" de Nelson Rodrigues.

A história gira em torno de personagens indeterminados - um homem que deseja um barco para encontrar uma ilha desconhecida, um rei que fornece a embarcação, uma criada que se torna a única pessoa a acreditar no sonho desse homem... a metáfora da ilha lembra o verso "navegar é preciso, viver não é preciso" onde a viagem na verdade é o encontro (ou busca) de nós mesmos.

O projeto realiza textos para adultos, adolescentes e merece ser prestigiado tanto pela qualidade quanto pela diversidade de textos e autores - sempre grandes autores - seguido de um debate aberto ao público com filósofos, escritores ou literatos.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Teatro e debate


Esta semana segue o ciclo de leituras dramatizadas seguidas de debates com o público na Livraria Prefácio, em Botafogo (próximo aa estação do metrô Botafogo). Neste sábado, 22/09/2007 às 15h30 é a vez da leitura do texto "A serpente" de Nélson Rodrigues.

Seguem fotos das apresentações anteriores:


25/08/2007: "O poder e a glória" de José Louzeiro e Denise Andrade, com participação de José Loureiro nos debates.

Esta leitura, que recontituiu com precisão documental as últimas horas de Getúlio Vargas no poder, fomentou debates acalorados com o autor, José Louzeiro, pois muitos paralelos com a situação política atual foram colocados; desde o presidente Lula que se compara com grandes estadistas como Juscelino ou o próprio Getúlio, histórias de bastidores políticos da época, tudo foi material de debate "além-texto", proporcinando momentos intelectualmenete interessantes.


08/09/2007: "O Marinheiro" de Fernando Pessoa.

A encenação, que se aproveitou excepcionalmente bem da decoração da livraria Prefácio, foi um diálogo entre três irmãs, que faziam o velório da irmã falecida, oque abriu espaço para reflexões psicológicas das personagens, sobre sí mesmas, através de um mundo imaginário de um pescador (sonho de uma das três irmãs).
Apesar do velório em sí ser o tema provocador do texto ele - o velório - não faz parte da narrativa, que questiona a idéia do que é sonho ou realidade, de fato.


22/09/2007: "A serpente" de Nélson Rodrigues.

Encenação do texto "A Serpente" de Nélson Rodrigues, a melhor leitura/encenação da série. O texto fala sobre relações familiares privadas sempre sob a ótica Nelson Rodriguiana com situações polêmicas mas verossímeis: um casal que não se relaciona sexualmente, a irmã que aproxima a esposa do próprio marido a fim de resolver a situação; crime, adultério... Imperdível.


Livraria Prefácio:
2527-8843/2527-5699

segunda-feira, agosto 20, 2007

A alma imoral

Adaptação, concepção e interpretação de Clarice Niskier
Direcção de Amir Haddad
Texto original de Nilton Bonder
Teatro do Leblon - RJ
 
Esta peça vale a pena ser vista, não só pela divulgação que está tendo na mídia como pela qualidade da montagem e do texto. Este último por sí só já vale o espetáculo, assim como a interpretação de Clarice Niskier.Apesar da peça discorrer sobre temas abstratos e seríssimos
como traição, existência, justiça e fé (como num seminário de teologia ou filosofia) o monólogo é cuidadosamente dirigido e equilibrado com o humor de Clarice. Uma mostra disso é que a peça é aberta a intervenções do público, seja para repetir algumas passagens - aforismas ou pequenos monólogos - ou comentários sobre como a peça surgiu.

Um dos primeiros textos discorre sobre "o ser e o nada", quando diz que "um animal que não se sabe animal, é um animal. Um animal que se sabe animal, não o é. Um homem que não se sabe
homem é um animal. Um homem que se sabe homem é um ser humano". O pensamento - simples porém extremamente profundo - remete a passagens da bíblia, e dá margem a conclusões como: um homem que se sabe homem - ao contrário do animal - não deixa de sê-lo, não se supera. Somente um homem era superior ao humano: Cristo. Somente Cristo se sabia ser homem e superar esta condição, pois era filho de Deus (conclusão minha!).

A peça segue num crescendo de complexidade a medida que avança "o homem que é fiel ao compromisso do casamento trai (a sua alma, que precisa de liberdade); o homem que trai este
compromisso trai (a companheira); o homem que trai o compromisso e sai do casmento trai (a companheira e o compromisso)".
Lembrei imediatamente da música "Carne e osso" de Zélia Duncan (tema da novela global "Os sete pecados"):

"quem se diz muito perfeito/na certa encontrou um jeito/insosso/pra não ser de carne e osso". Como a vida é feita de escolhas, é impossível não (se) trair em qualquer situação.

O grande mérito do texto de Nilton Bonder é inverter o senso comum para mostrar um novo ponto de vista sobre assuntos já conhecidos (como faz a filosofia), de passagens da bíblia à
fidelidade ou a fé. Clarice por sua vez soube colocar a sua nudez em cena (a peça ao falar sobre a alma, a desnuda a sí e ao corpo que a abriga; o físico magro de Clarice, por sua vez, não remete à
sensualidade/sexualidade em nenhum momento) e o vestuário também, ao utilizar o manto negro ora como uma burka (roupa das mulheres muçulmanas), ora como vestido ou como manto conforme o teor do texto declamado.

Enfim, uma peça que vale a pena ser vista (e mais de uma vez).

Mais informações: http://www.almaimoral.com/

domingo, julho 29, 2007


A presença do invisível

Terça a sexta das 9h às 17h30
Sábados, domingos e feriados das 13h às 17h


Ingresso: R$3,00 - grátis aos domingos
Como chegar, mais informações

Mais uma memorável exposição do Museu do índio que vale uma visita e várias recomendações, seja pela ambientação (impecável) como pela iluminação, design, conceituação, conteúdo...
A expo impressiona já na entrada, ao reproduzir o ambiente indígena com pequena cachoeira e rio cenográficos, além de ambientes em planos distintos.
O Museu do índio realmente está investindo em tecnologia, fazendo das exposições algo que vai além de uma mera mostra de imagens. Cada seção tem um atrativo diferente, como o ambiente espelhado onde o visitante é gravado e exibido ao vivo, em tempo real, a iluminação que reproduz a textura de luz por entre folhagens e a cenografia que se dá ao requinte de simular um ambiente natural (piso de pedras, por exemplo). Em alguns momentos a cenografia chega a lembrar cenas dum filme de Harry Potter.

O material de publicidade em mídia impressa acaba não dando conta de reproduzir a grandiosidade da montagem, talvez a web fosse o melhor veículo para isso pelo seu caráter multimídia.

De resto, vale conferir também outras exposições do museu, como a "Tisakisu, tradição e novas tecnologias da memória". O ambiente que mais me despertou admiração foi o que trata da recuperação da gramática indígena, onde a tecnologia entra de modo decisivo. Um programa de computador ajuda a gravar, transcrever e organizar registros de pesquisadores indígenas. O resultado deste trabalho são livros (escritos na lingua indígena), povos alfabetizados (primeiro na própria lingua, depois em português) que, além de preservar (de fato) a cultura indígena, geram toda uma produção cultural (livros, DVDs, etc). Como diz o texto da exposição, esse resgate do passado acaba por escrever um novo futuro; é fácil imaginar produtos e serviços com uma "cara made in Brasil" baseada numa iconografia não só indígena, mas regional.






Parabéns a toda equipe do Museu do índio!

segunda-feira, junho 04, 2007


Webdesign em Campo Grande

Dois alunos de webdesign do Senac Campo Grande (Zona oeste, RJ), que já são profissionais da área: André Ataíde (foto ao lado esquerdo), professor do curso de Montagem e manutenção do Senac Campo Grande, autor do site (praticamente um portal) Catabits. Ricardo Tenório (foto abaixo), da área de mídia impressa, busca novas oportunidades e já tem até uma home-page, a Recorte Digital (fez o layout, quem colocou no ar foi um amigo da área de web). Ambos, a sua maneira mostram a determinação em se aperfeiçoar e se recolocar no mercado, antes até de concluir o curso.

Parabéns a ambos, e novamente renovo o convite de que outros alunos se espelhem nesse exemplo: não espere o curso acabar para produzir um site; e mais que um site, pense num negócio ou atividade a construir com ele. Grandes idéias começam com o prmeiro passo...

sexta-feira, maio 18, 2007

Design com engenho

Desta vez estou divulgando mais um aluno do curso de webdesign que ministro no SENAC CIT, no centro do RJ: Diego Pena, que é designer gráfico (mídia impressa) e desenvolveu o site EngenhoDesign.com em parceria com a sua equipe de trabalho. O site tem design gráfico de Diego, a programação ficou a cargo de Pedro Souza, as ilustrações foram feitas por Boni e a representação comercial à época era do Felipe .

Como o conceito do site era trabalhar com cores básicas vermelho, preto, branco e cinza (no melhor estilo Bauhaus) a história em quadrinhos (ok, arte seqüencial...) da home-page foi trabalhada com esta paleta de cores, para manter unidade com o site. A equipe é tão boa que implementou serviço de webmail próprio, usando o Horde, um software gratuito/livre. Diego, como a maioria dos alunos (vide o seu colega de turma, o Alexandre Paim) resolveu aprender webdesign para poder colocar a mão na massa do próprio site, e resolver questões como criar um formulário de contato, com página de confirmação no envio.

Mais uma vez dou os parabéns pela iniciativa de Diego, por ser um empreendedor nesta área onde a concorrência é grande (ainda mais num grande centro como a cidade do Rio de Janeiro). Novamente reforço o convite de que outros colegas sigam seu exemplo de buscar seu lugar ao sol no mercado, antes, durante ou após o curso de webdesign.

Contatos, via site ou aqui

sexta-feira, abril 06, 2007

Fabulosa desordem

Essa exposição, assim como o belíssimo espaço Caixa Cultural RJ (R. Almirante Barroso, 25, Centro, ao lado da estação de metrô Carioca), merece uma divulgação maior e melhor na mídia.

Mas ainda assim a exposição Fabulosa Desordem está no centro do RJ para quem quiser ter uma visão abrangente do que é a arte do chamado Grafitismo (ou pixação, conforme a grafia adotada por seus membros).

Além de obras em várias técnicas (spray, pincel, grafite de verdade - ! - e marcenaria) há um vídeo (making off) da exposição com a construção das obras. é muito interessante poder ver como os painéis (monumentais) foram construídos, comparando o "durante" e o "depois".

A expo trata de fazer um pequeno retrospecto da atividade nos textos expostos; as obras acabam complementando visualmente esse "levantamento antropológico" que nos faz concluir que grafitismo, pichação não é mais sinônimo de vandalismo, é uma forma de expressão essencialmente urbana. Como o Hip-Hop, o pagode, a publicidade...

Em resumo: se você tem 8 ou 80 anos, curtindo ou não artes pásticas, design... vá ver.

Outros links, da web (santo buscador Google):
O Globo on line
IG

quarta-feira, fevereiro 07, 2007


Mostra de Filme Livre



Já que o meu assunto esta semana é filme, resolví postar minhas impressões pessoais sobre cinema: esta semana inaugurou a 6ª mostra de Filme Livre, no CCBB e Casa França-Brasil.

A mostra é gratuita, e o escopo (ops - objetivo!) é exibir filmes "do celulóide ao celular", qualquer produção não-patrocinada por nenhuma entidade que não os próprios realizadores. Mais "fora-do-circuitão" impossível.

Assistí nesta 3ª feira Convexo, Opus, (nôumeno) e lembrei da época em que era cinéfilo, de assistir todo o cirtuito alternativo de filmes no Estação Botafogo, quando este era realmente "alternativaço" (tinha filmes que começavam num dia e terminavam no outro, em sessão contínua!).

Os filmes da mostra que citei são muito criativos, mas precisa estar com o espírito preparado para receber tamanha carga de informação (estética e culturalmente falando). Ou você procura experiências novas ou aluga um DVD na BlockBuster...

Para quem é cinéfilo, um prato cheio, recomendo tanto pela iniciativa como pela inovação (não é todo dia que se assiste um filme feito com uma câmera de celular passar em pleno corredor cultural do RJ).

Mais informações:



sábado, fevereiro 03, 2007


Turma de web com muita simpatia

O post de hoje é para home-nagear as alunas do curso de Webdesign do SENAC CIT (centro) Letícia (Lelê, na foto acima) e Gabriela, a Gabi.
Letícia, além da boa estampa, é uma moça extremamente educada e simpática; coisa rara visto a educação "moderna" atual. Gabi curte desenhar no computador, mais do que a tecnologia em sí. Cada uma a sua maneira está chegando onde deseja, este curso é apenas o pontapé inicial.
As duas entraram nesse clube do bolinha da informática (são as duas únicas meninas numa turma cheia de meninos!) e não fizeram feio: a Gabi esta terminando um site muito elegante do ponto de vista do design, e Leticia após o curso pretende se preparar para entrar na área de programação.

Parabéns, Gabi (nesta foto em frente ao compu-tador no SENAC);
sorte e sucesso Lelê!

sábado, janeiro 27, 2007








Curso de web com muita graça

Estou iniciando aqui uma série de posts da minha turma de Webdesign do SENAC/CIT (Centro de Informática e Telecomunicações) do Centro/RJ.

Não poderia deixar de começar pelo Paulo Ricardo, figuraço que toda aula marca sua presença; pra quem não conhece, Paulo Ricardo (que não é do RPM) lembra um mistura de Jerry Lewis com Dedé Santana (Os trapalhões), quase um personagem de desenho animado, de tão engraçado.

Paulo é da área de hardware, mas está empreendendo um negócio (um site!), um portal de serviços da zona norte do RJ, "O click do bairro". O rapaz nem terminou o curso e já é empreendedor da web!

Paulo, aproveitando de seu talento natural para as artes cênicas deixa escapar frases hilárias, de propósito, já sabendo que a turma vai cair na risada (é quase impossível não levar a sério, conhecendo Paulo pessoalmente). Eis algumas:

"Já dei marcha ré na Avenida Brasil"

Paulo: - Augusto, você iria numa boate de "casais modernos"?
Léo (aproveitando a deixa): - "Mas...quem vai ser o ATOR PRINCIPAL e a COADJUVANTE nessa história?"

Paulo: - (...)nessa época eu era um menininho...
Letícia não se aguentou e respondeu: - Então isso não faz muito tempo, não é?...

Paulo: - (...)saio (da praia) salgado, queimado e gostoso...
Léo: - O próprio churrasquinho, então...

Tudo bem, a galera não leva a sério as piadas, nem o Paulo. Mas que o rapaz podia deixar currículo na portaria daquela emissora de TV, na Rua Jardim Botânico, RJ, podia...

domingo, janeiro 21, 2007



Rita Lee meia bomba



Rita Lee sessentona, comemorando 40 anos de estrada, começou o show na praia de Copa dia 20 de Janeiro, aniversário da fundação da cidade maravilhosa num show que foi mais empolgante pela qualidade do som do que pelo repertório. Se for contabilizar a empolgação da artista aí que a coisa desanda: para quem já viu Rita tocando, pulando e interagindo com a platéia num Rock In Rio, por exemplo, não ia reconhecer a Rita deste show.

A despeito de ser um fenômeno de comunicação (fazer a platéia roqueira do Rock In Rio cantar junto "Mania de você" é um feito digno de entrar no Guiness!) o show caberia num DVD promocional muito bem (Rita é fotogênica) mas... a coisa pára aí.
Os únicos momentos dignos de nota aconteceram quando Rita usou um sintetizador de sons ativados por movimento do ar (ao fazer gestos sobre o teclado/sintetizador os sons eram gerados) e no final (!) quando engatou músicas mais animadas.
O repertório não ajudou muito (tocar "Venenosa" do Herva Doce foi um verdadeiro anti-clímax para uma artista que tem dúzias de clássicos em seu currículo) a despeito do público aplaudir e cantar junto.
Não, não vou ser óbvio relacionando as últimas declarações de Rita sobre ter abandonado as drogas com a performance "devagar quase parando", afinal nem todos os dias a gente acorda com o espírito da Xuxa ou do Mick Jagger (este um exemplo de como chegar aos 60 "com a corda toda").

Mas Rita parece ter sentido que estava alí "tapando buraco" pela falta do Elton John, cujo show estava programado para o dia mas foi adiado. Talvez isso explique tamanha falta de entusiasmo para uma roqueira que pode estar muito velha para o Rock mas ainda está muito jovem para terminar a carreira.

Para ninguém dizer que só estou criticando negativamente, digo que o cenário foi muito bem produzido e colocado, 50% do repertório foi bem selecionado (apesar de as melhores músicas terem sido tocadas em versão reduzida) e Rita soube levar o show (músicas, músicos e público) na dose certa.

Como fã, fiquei decepcionado, mas irei assistir outros shows, claro!